Nos tempos que correm, mesmo ao nível profissional, cada vez mais se pede que as pessoas tenham capacidades relacionais a que se costuma apelidar de
inteligência emocional. Iremos expor brevemente algumas dessas capacidades e apresentar alguns exercícios simples para reconhecimento dessas mesmas habilidades e potenciação do seu desenvolvimento.
Começamos por falar da Autoconsciência que poderá ser descrita como autoconhecimento das nossas emoções, da autoconfiança e da nossa auto-avaliação.
Esta auto-consciência pode ser desenvolvida a partir do seguinte exercício: pegar numa folha de papel e desenhar 3 largos círculos, dentro dos quais nomeamos como Família, Amigos e Outros. Identificamos depois pessoas que são importantes para nós dentro de cada um desses círculos e experimentamos ligar a cada pessoa uma emoção que lhe associamos. Após a execução do exercício, vem a reflexão pessoal, no sentido de percebermos em que sentido é que cada uma dessas pessoas me influencia quando interajo com outras pessoas.
A seguir à Autoconsciência, temos a Auto-regulação que exprime a nossa habilidade para a adaptação a vários desafios. Sugerimos que se comece por fazer uma listagem das coisas que faço bem. Depois outra lista com as coisas que gostava que mudassem e as que gostava que não mudassem de modo a perceber como me relaciono com a mudança na minha vida e, partindo dai, reconhecer o potencial que há em nós para melhor nos adaptarmos, na nossa vida.
A Motivação refere-se ao nosso empenho na execução de qualquer tarefa. Ela pode ser extrínseca – depender de fatores externos como prémios, boas avaliações, etc. - e pode ser intrínseca, ou seja, vontade de ser bem-sucedido por iniciativa própria e interesse. Tratando aqui a motivação intrínseca, propomos que se pense num objetivo que queiramos realizar a médio ou longo prazo. Seguidamente, pede-se que respondam a cada uma das seguintes perguntas. Os outros são importantes na obtenção dos meus objetivos, no que eu quero fazer? O que é que eu tenho de fazer para o conseguir? Quem é que me pode ajudar e de que forma é que podem fazê-lo? Quanto tempo levarei a consegui-lo realizar? Será que as pessoas que me ajudaram também se sentirão satisfeitas? No fim das respostas, levar essa folha junto de outra pessoa de confiança e conversar um pouco sobre as respostas, o que se descobriu, o que foi mais dificultoso responder e procurar compreender.
Posteriormente, exercitar as Aptidões Relacionais como colaboração e cooperação, ou seja, trabalho em equipa. Se na escola, muitas das vezes se sente a competição pela pressão das boas notas, na realidade mais alargada, a capacidade de nos relacionarmos bem com os outros, fará toda a diferença. Por conseguinte, propomos a ideia de pensar e escrever as características de um bom membro de um grupo e as qualidades e atributos da pessoa que dirige ou coordena um grupo. Este exercício levar-te-á a refletir sobre as características adequadas para cada tarefa e compreender que há situações em que preferimos seguir os outros e outras em que preferimos liderar. Se te lembrares de algum acontecimento recente num grupo cuja tarefa não foi cumprida ou foi menos bem-sucedida, esta é uma boa oportunidade para perceber os motivos para que tal sucedeu e de como tu próprio agiste nessa situação, de modo a conheceres-te mais um pouco.
Estas são algumas sugestões de atividades que propomos para um melhor conhecimento das tuas capacidades relacionais. Esperamos que apreciem.